domingo, 10 de maio de 2009

Sobre as obras

Eglise de Vétheuil

Eglise de Vétheuil, na tradução portuguesa Igreja de Vétheuil, é uma célebre pintura de Claude Monet. Realizada a óleo sobre tela, em 1879, alguns anos após a «explosão» impressionista no Salon, e pertence actualmente à colecção do Museu de Orsay.
No Verão de 1878 a família, agora com mais um membro, Michel, instala-se numa pequena casa nas margens do Sena, em Vétheuil. Arruinados, os Hoschedé juntam-se a eles. Monet e a família permaneciam numa situação financeira quase insustentável. Monet já nem crédito tinha dos fornecedores. Enviava dia após dia cartas a Manet, a Durand-Ruel e outros amigos seus pedindo dinheiro.
Porém, no Outono, alguns dias de sol restabeleceram em Monet a coragem de pintar. Do seu célebre barco-atelier, ele pinta a margem e a pequena vila com a sua igreja românica. Esse é o tema desta obra, que é uma das mais significantes dos finais de 1879.
Para além de uma situação financeira precária, deixou consigo os dois filhos Camille, a sua esposa, que faleceu a 5 de Setembro de 1879. Monet entrou em desespero, amaldiçoou-se a si e à sua obra. Num grito de desespero Monet pinta o último retrato da verdadeira musa do impressionismo, desta vez, no seu leito de morte. Camille Monet sur son lit de mort é a tela mais significante deste período. Nessa tela, e a partir daí, as pinceladas de Monet tornam-se confusas, desregradas, furiosas e vibrantes, revelando todo o seu sofrimento pela perda da sua única modelo até então e, mais que tudo, da sua companheira afectiva.
Nesta obra, o pintor francês, a margem do Sena e os telhados e árvores da pequena povoação de Véthueil cobertos de neve, surgem com a mesma sensação. Os traços surgem abruptamente, vibrantes. As cores, que variam entre o castanho e uns resquícios de vermelho e contrastam com o branco da neve e os tons oliva das águas do Sena, parecem rodopiar pela tela sem nenhuma direcção concreta. O quadro retrata uma quase total ausência de vida. Mesmo com uma situação financeira desesperante, anteriormente à morte de Camille sentia-se uma púdica alegria nas telas do artista. Agora, não. E esta é um grande testemunho de um dos períodos mais difíceis da vida de Monet.
O quadro acasala em perfeição com o sentimento de dor e fúria de Monet e isso exprime-se a cada passagem, a cada pincelada. Mais tarde, diria Rodin, «Este é o verdadeiro Monet».

Banhistas na Grenouillière

Este quadro foi pintado por Claude Monet no Verão de 1869, aquando da sua estadia em Bougival.
No Verão de 1869, Monet e a sua esposa e filho fixaram-se no local, perto de La Grenouillère. Trabalhando lado a lado com Pierre-Auguste Renoir, Monet pintou preferencialmente este tipo de cenas pouco quotidianas, mas muito populares na sociedade parisiense.
Hoje, a tela encontra-se na National Gallery of London, em Londres, no Reino Unido.

[editar] O tema
O tema principal da pintura são os banhistas no Sena, em Bougival. Entretanto, Monet fez também referência a outros elementos.
Esta pintura reflete o gosto popular pelos passeios de barco e pelos banhos de rio e faz elegante referência aos conhecidos cafés-fluviais do rio Sena. Todavia, a cena representada passa-se, não em Paris mas sim nos seus arredores, mais precisamente em Bougival, local muito popular entre os impressionistas da França e muito retratado pelos mesmos.
Monet,anos antes de 1869, havia sido aluno de Eugène Boudin e até foi este que o aconcelhou na pintura fora do atelier. Certo dia, Boudin referiu que a pintura ao ar livre, sem paredes por perto, nos dava uma liberdade estupenda e, enquanto num atelier o pintor tem tendência a modificar ecleticamente as suas obras, de forma a que estas se tornem mais prudentes e prodigiosas entre a sociedade, na pintura ao ar livre o pintor ganha liberdade e não faz senão aquilo que vê na sua frente, perante os seus olhos.
Monet começou a seguir este conselho e começou a pintar fora do atelier. A partir daí, a sua obra aparece magnânima e revitalizada, fresca e pintada directamente sem detalhes substanciais que faria se pintásse num atelier. Este quadro, porém, vai ainda mais além disso e, tal somente se consegue na perfeição em telas de grandes tamanhos.
Esta é sem dúvida uma das melhores e mais excepcionais obras de Claude Monet e há que fazer ainda referência à exímia paleta de cores e a um particular interessante: mediante a longividade do elemento pintado, maior é a sua disturção, ou seja, enquanto nos barcos atracados na margem do Sena são visíveis até alguns pormenores e o cascos têm-se detalhados, as pessoas que passam na ponte e, melhor exemplo, as árvores e os banhistas no fundo da composição, surgem quase «deformados», distorcidos, sem o mínimo detalhe.
As cores da água e os efeitos luminosos nesta foram por Monet excelentemente retratados, o que mostra a sua extrema maturidade e experiência a nível da cor e o seu conhecimento sobre esta.
É por estes factos que Claude Monet é considerado o melhor dos impressionistas, e nem o seu antigo mestre, Boudin, conseguiu ir tão longe no estudo dos elementos da pintura.

Coin d' atelier

Coin d'atelier, na tradução portuguesa Canto de atelier, é uma pintura do francês Claude Monet. Realizada a óleo sobre tela em 1861, a tela integra a colecção do Museu de Orsay, em Paris, e marcou a fase inicial da carreira de pintor de Monet.
Dotado de uma percepção espacial e lumínica invulgar, Claude Monet, manifestou desde cedo interesse pela pintura e pelas artes na sua generalidade. Quando olhamos para esta pintura de 1861, quando o artista ainda estava somente a explorar a sua capacidade artística, percebemos várias coisas.
Monet esforçou-se para representar as cores húmidas da caixa de pinceís e a tinta pastosa que consome a madeira da paleta, o veludo baço da boina vermelha, a lombada usado dos velhos livros e as partes metálicas das armas, sob um excêntrico e sumptuoso papel de parede. É claro que não atingiu a perfeição de um Impression, soleil levant, mas, neste início de carreira, e observando a natureza-morta, percebemos qual o verdadeiro projecto de Monet: a luz.
A obra impõe-se claramente na sua juventude. A paleta varia entre os restos de verde, vermelho, amarelo e preto, compondo uma exuberante composição temática, cuja ênfase seria muito menor sem o papel de parede. Este representa uma ribeira e as suas margens e conferem um exotismo mútuo de uma ponta à outra da tela. Destaca-se da composição a mesa de madeira torneada, que surge em primeiro plano, e parece sair da tela.
Com uma importância notável na carreira artística de Monet, a obra é muitas vezes ignorada.

Femme assise sur un banc, na tradução portuguesa Mulher sentada num banco, é uma pintura do impressionista Claude Monet. Realizada a óleo sobre tela em 1874, a obra está exposta na National Gallery, em Londres, Reino Unido, por empréstimo da Tate Gallery.
Exemplar impressionista, a pintura concebida dois anos após a realização do maior marco da carreira de Monet, Impression, soleil levant, tem um tema peculiar representado de maneira peculiar, neste período da vida do artista.
O observador da pintura contempla-se com a imagem de uma mulher ainda jovem, sentada de pernas elegantemente traçadas num banco de jardim, resguardada da luz pela sombra das árvores que a sucedem na composição. O que torna a pintura peculiar é que este tema («mulheres no jardim») já tinha sido explorado na fase inicial de Monet, em meados da década de sessenta. A tela representou para o pintor um revisitar do tema e do seu próprio passado artístico. Acontece que, nessa época, as telas exibiam articulações e detalhes realistas, sorvidos de Manet. Basta reparar em Femmes au jardin. Nesta pintura isso não acontece. Monet insurgia-se contra as marés da sociedade, que remavam em oposição à modernidade, e impunha o seu próprio estilo. Essa é grande marca de Monet, algo visível neste quadro.
A modelo, que foi também a primeira esposa de Claude Monet e a musa do impressionismo, Camille Monet, era de facto uma modelo profissional, que chegou a posar para vários outros artistas, incluindo Degas.
Provavelmente, esta pintura foi realizada no Verão de 1874 em Argenteuil. O fundo assemelha-se a uma estampa japonesa, e é nesta tela que Monet começa a exprimir o interessa pelo estilo japonês, em voga na época, e que culminou no sacrifício de Madame Monet en costume japonais. O exercício tonal também é frenético e o traço do pintor é seguro e muito ágil. O quadro tem uma estética quase explosiva no segundo plano, frenética e brilhante, que vai acalmando à medida que se chega ao centro da tela. A modelo transparencia paz e reverência, com uma expressão serena e subtil, contrasta com o resto da composição.
A pintura pertence à Tate Gallery mas está exposta, através de um empréstimo, na National Gallery.

Femme en blanc au jardin

Femme en blanc au jardin, cuja tradução portuguesa é Mulher de Branco no jardim ou somente Mulher no jardim, é uma pintura do impressionista Claude Monet. Datado de 1867, é um óleo sobre tela, actualmente conservado pelo Museu do Hermitage, em São Petersburgo, na Rússia.
O quadro retrata uma mulher vestida de branco, sob a sombra do seu guarda-sol, de pé sobre a relva de um jardim, apreciando as flores. A tela exibe uma rica paleta de cores, baseada no verde, e um domínio soberbo sobre a luz e a conjugação desta com os elementos naturais.
A modelo do quadro é Marguerite Lecadre, prima do artista, e o jardim pertence à casa da modelo, em Havre, onde Monet e a família estavam hospedados e onde, dez anos antes, em 1857, tinha falecido a mãe de Monet.
A pintura é uma das mais célebres deste período de Monet, cujo interesse se voltava para mulheres em convívio no jardim. Femmes au jardin antecede esta pintura, e as duas antecedem o Impressionismo, criado em 1873. Neste quadro notam-se vagas passagens características da técnica impressionista que Monet exploraria após a formação oficial do grupo.

Femmes au jardin

Femmes au Jardin, cuja tradução portuguesa é Mulheres no jardim, é uma pintura do impressionista francês Claude Monet. Datado de 1866-1867, é um óleo sobre tela e, actualmente, pertence à colecção do Museu de Orsay, onde estão expostas algumas das maiores obras-primas do impressionismo e do realismo.
O quadro retrata o quotidiano burguês de quatro senhoras, que ocupam a sua manhã a colher flores no jardim, sob a sombra das árvores. Nesta cena primaveril, é notável a habilidade de Claude Monet na representação do traje feminino. No quadro o artista também explora intensamente a luz, mostrando um exímio jogo lumínico, estudo que lhe seria muito útil durante o seu percurso impressionista, iniciado poucos anos mais tarde.
O quadro foi relativamente bem recebido no Salon, ao contrário de Impression, soleil levant, apresentado ao público anos mais tarde.


terça-feira, 31 de março de 2009

Biografia de Claude Monat



1840 - 1862
Claude Oscar Monet nasceu em Paris, na França, em 1840. Quando tinha cinco anos a família se mudou para Le Havre, uma cidade portuária na desembocadura do rio Sena.Tanto os pais como os professores o consideravam um menino indisciplinado. Gostava muito de desenhar e na escola fazia caricaturas dos professores. Aos quinze anos já ganhava algum dinheiro com isso: cobrava 10 francos por cada desenhoUm dia conheceu o pintor Boudin e os dois se tornaram grandes amigos. Boudin viu seus desenhos e o encorajou a pintar. Com Boudin, Monet aprendeu também a pintar ao ar livreEntusiasmado com a idéia de ser pintor Monet foi para Paris com o propósito de estudar pintura, matriculando-se na Académie Suisse. Em Paris conheceu Pissaro e Coubert, que também estavam começando a pintar. O serviço militar o obrigou a interromper os estudos. Foi enviado para a Argélia , no norte da África, onde permaneceu por quase um ano, até que uma tia conseguiu o seu desligamento. Porém ela exigiu uma condição: que completasse seus estudos.
Novamente em Paris, Monet voltou a estudar, desta vez no estúdio Gleyre, onde conheceu Bazille, Renoir e Sisley, com quem formou o grupo dos Impressionistas
Mais tarde se juntaram Manet, Degas, e Morisot. O escritor Zola era amigo do grupo e sempre os apoiava. Da primeira exposição do grupo participaram também Boudin, Pissaro e Cézanne entre outros. A terceira mostra do grupo contou com a presença de GauginEm Paris também conheceu Camille Doncieux por quem se apaixonou. A ajuda que seu pai lhe enviava foi cortada quando ele descobriu que Monet e Camille estavam morando juntos. Foram tempos difíceis, de pouco dinheiro. As pressões e as dificuldades foram tantas que o casal acabou se separando. Em 1867 Camille dá à luz o primeiro filho do casal: Jean. No ano seguinte, vivendo miseravelmente, Monet tenta o suicídio
Apesar das dificuldades, Monet e Camille se reencontram e casam. Com o início da Guerra Franco-Prussiana Monet refugia-se na Inglaterra para não ter que se alistar. Camille segue depois. Em Londres, pinta suas cenas londrinas, entre elas a série do Parlamento. Conhece Durand-Ruel, que atraído pela pintura impressionista passa a investir no no grupo. Com o fim da guerra, Monet retorna à França, indo morar em Argenteuil onde recebe a notícia que seu amigo Bazille morrera em combate. A derrota da França dá início a um período de instabilidade política que marca o fim do império e a volta ao sistema republicano. Em 1874 Monet e seus amigos realizam uma exposição que marca o início do movimento impressionista. O evento não é bem recebido, os quadros são ridicularizados. A crítica chamou o grupo de Impressionistas. Uma ironia em relação a um quadro de Monet chamado Impressão: o Sol se levanta. Com isso queriam dizer que os quadros não passavam de uma primeira impressão, um rascunho. Sem conseguir vender seus quadros, Monet e sua família vivem na pobreza. No ano seguinte os Impressionistas promovem uma venda pública de seus quadros no Hotel Drouot, sem muito
Em 1876 Monet conhece Ernest Hoschedé e sua esposa Alice, que se tornam seus admiradores. Neste ano Durand-Ruel organiza a segunda mostra dos impressionistas em sua galeria mas os colecionadores ainda não aceitavam aquele novo estilo de pintura e a exposição resultou em novo fracasso. Em 1877 os negócios de Hoschedé quebram. Ele foge para a Bélgica deixando a mulher e os filhosEm 1878 nasce o segundo filho, Michel. Monet e sua família mudam-se para Vétheuil juntamente com Alice. Surgem as primeiras críticas favoráveis ao movimento impressionista. Os anos de pobreza haviam arrasado a saúde de Camille que tendo contraído tuberculose veio a falecer em 1879. O prestígio de Monet continuava crescendo e no ano seguinte Durand-Ruel realizou com sucesso uma exposição dos impressionistas em Nova York.
Depois de ter experimentado anos de extrema pobreza, Monet começa a prosperar. Em 1883 aluga uma casa em Giverny. Em 1887 expõe novamente em Nova York. Em 1890 a casa é comprada e em 1891 Monet conclui Os Montes de Feno e a série de paisagens do rio Epte. Nesse mesmo ano morre Ernest Hoschedé. Em 1892 Monet e Alice casam-se. Cuidar do jardim torna-se uma de suas atividades preferidas, são contratados seis jardineiros para ajudá-lo nesse trabalho. É 1893 é comprado também um terreno vizinho onde Monet constrói o jardim aquático, que seria sua grande fonte de inspiração nos anos seguintes. Em 1894 conclui a série da Catedral de Rouen e durante o verão de 1896-97 pinta paisagens do Rio Sena, retomando um tema do início de sua carreira.1900 - 1900 - 1926No início do século, Monet visita vários países europeus. Na Inglaterra onde já estivera, pinta uma série de paisagens do Rio Tâmisa. A partir de 1907 tem problemas com a visão. Com a evolução da doença suas telas tornam-se quase abstratas
1900 - 1926No início do século, Monet visita vários países europeus. Na Inglaterra onde já estivera, pinta uma série de paisagens do Rio Tâmisa. A partir de 1907 tem problemas com a visão. Com a evolução da doença suas telas tornam-se quase abstratasEm 1911 morre Alice e três anos mais tarde Jean, seu primeiro filho. Tem início a Primeira Grande Guerra. Em sua casa em Giverny Monet dedica-se exclusivamente à pintura. Seu tema preferido passa a ser o seu jardim. Com a construção de um estúdio em 1916 ele começa a pintar as Ninféias. Com o fim da guerra, em 1918, Monet doa as telas ao governo francês. Estes quadros são expostos num espaço construído especialmente para eles no Museu de Orangeries, em Paris. Em 1923 Monet está quase cego, é operado da catarata e passa a usar óculos. Em 5 de Dezembro de 1926 morre , em Giverny

Principais obras de Claude Monet